08/06/2013

Potencias capacidades.

A noite urgia, as casas se faziam cada vez mais silenciosas, os corações se aqueciam entre grades, portas, cadeados e trincas. Tudo seguia a ordem dos quarteirões e esquinas, nada que deturpe o sopro do vento como melodia.
Ao romper de uma nota, como um imprevisto veio à improvisação, postou-se sob as luzes do bairro, rasgando o som e os corações “cômodos”:
A morena latina, junção única entre o ibérico e cafuzo, as cores do corpo latino transcendiam as luzes, a noite se fez dia, os orifícios urbanos regurgitavam, grades, portas, cadeados e trincas, derretiam devido à ebulição dos asfaltos. Ah menina-mulher!
O sangue ferve, desmantela a rotina, os sentimentos urram a fora, os corações correm para fora, as casas vêm abaixo, os corações se tocam, as peles ficam ouriçadas, as ruas, os quarteirões, as esquinas, as avenidas, nunca estiveram tão abarrotadas de corações.
E assim se despede a mulher-morena-menina-latina-ibérica-cafuza-criola, esta era sua vida, sua função, sua missão, seu objetivo, seu marco. Assim caminhava rumo a outras casas gélidas, prestes a transgredir com o presente, deturpar a melodia do vento, deixar implícito aos corações às potenciais capacidades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário