20/03/2011

Tristes reflexões.

Não haviam, porém, chegado sequer a vinte metros quando se detiveram, ante o vozerio alto que vinha lá de dentro. Voltaram correndo e tornaram a espiar pela janela. Realmente, era uma discussão violenta. Gritos, socos na mesa, olhares suspeitos, furiosas negativas. A origem do caso, ao que parecia fora o fato de Napoleão e o Sr. Pilkington haverem, ao mesmo tempo, jogado um ás de espadas.

Doze vozes gritavam cheias de ódio e eram todas iguais. Não havia dúvida, agora, quanto ao que sucedera à fisionomia dos porcos. As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já se tornara impossível distinguir quem era homem, quem era porco.

Revolução dos Bichos, George Orwell.

A igualdade foste esquecida diante dos guinchos das vítimas, quando se chegou à conclusão de que nada podiam fazer.
Alguns, aqueles que detiveram tempo para refletir diante de todo aquele caos que já estava instaurado, aprenderam uma lição.
A lição de que a escada por qual subiam os seres por melhoria de vida, eram compostos por outros como eles. Semelhantes que supostamente já não podem ser chamados de semelhantes.

E o que nós estamos fazendo com o nosso futuro, com as próximas horas que adicionamos para o passado? O que fazemos, senão, buscar promover diante de nossas escolhas e atos, prorrogar este mal?

Pensou em subir na vida
Notou que os degraus eram os seus semelhantes
Que a escada era feita de homens curvados
De crianças maltrapilhas
De velhos com fome
Pediu perdão
Se afastou de cabeça baixa

Rota 66, Caco Barcellos.

Mas espere. Temos sequer escolha?

19/03/2011

Não contento-me com que escrevo.

Vejo-me em um lugar instaurado onde as contradições alimentam minhas teorias que nascem já ansiando a corrupção que o pensamento pode me trazer.

Estais vocês, lerem o que lhe escrevo e eu como qualquer terráqueo, busco os propósitos das pequenas coisas que faço.
Alimento-me pouco da loucura que me seduz incontrolavelmente; olhando arredores deste mundo banal, matura-se, loucura com poesia!

Nesta perspectiva, escorrego-me a questionar se és meu coração coberto de loucura!
Poeta, louco? Enfim!
Deseja-me tempo!O mais louco dos poetas!


Matura-me de loucura!Disto não falta na mente dos homens!E se, deste meu pedido, te fazeres insatisfeito,senhor dono do mundo,faças de mim um poeta!

14/03/2011

Ama-se; duas mulheres!

Com um vulgar impulso se é assim que se pode chamar os olhos se cruzam;
Não é preciso nenhuma palavra para compreender o que os sentimentos tem a proporcionar a quem ama aos olhos nada se diz, apenas se admira.
Sinto-me completamente atingido com as memórias de um passado próximo, nostálgico, me encurralo em um beco sem saída.
Como explicar o dia em que minha mente se habituava à curiosa ideia de dois corações apaixonados, duas mulheres!Quando nos vemos assim, nessa contradição que o sistema prega, vemos o quanto alguns princípios de nada valem, enquanto outros de muito servem.
Nesse exato momento, estranhamente a felicidade está ao meu lado quando a sinceridade do meu coração não apenas resvala na mente, à exposição de ideias e sentimentos que não precisem de uma subcamada para a sua explicação, vejo-me, rodeado por tal fato desgastante!
Enfim, o eco da liberdade ressurgindo da minha mente. O eco da sinceridade voltando para casa.
Na madrugada em que uma voltou a sorrir para mim e na manhã em que outra correu para os meus braços, não há bem que pague a fração de segundo que volto a relembrar.
Eu voltei para o mundo que estava habituado, devido a estas; estas moças.